sexta-feira, 31 de outubro de 2008

"O serviço civil obrigatório"

Olá a todos!

Há algum tempo, eu queria exercer meu direito de liberdade de expressão e criticar o serviço militar obrigatório. Contudo, não encontrei tempo para elaborar minhas idéias e escrever sobre esse assunto. (Sim, eu não encontrei tempo, afinal, diferente do que acha a junta militar, eu não fico gastando minhas manhãs dormindo, mas sim estudando!) Entretanto, não preciso mais ficar caçando umas horinhas a mais para me dedicar a essa tarefa, pois, hoje (sexta-feira, 31 de outubro de 2008), foi publicado no jornal O Estado de São Paulo, na página A2, o seguinte texto de ALEXANDRE BARROS:

O serviço civil obrigatório

Alexandre Barros

O ministro dos Assuntos Estratégicos resolveu ir contra a história. Quer obrigar os jovens brasileiros a fazer serviços que eles podem querer ou não querer fazer. A palavra-chave é obrigar. Em vez de pensar em infra-estrutura e desenvolvimento, está pensando em como criar mais uma obrigação (que nada mais é do que um imposto disfarçado, a ser pago sob a forma de trabalho).

É a versão governamental autoritária da fábula do lobo e do cordeiro: não importa que você esteja bebendo a água rio abaixo de mim, porque você está sujando a minha água; e mesmo que você não esteja, seu pai sujou e eu vou devorá-lo de qualquer maneira.

A proposta de criar um serviço civil obrigatório no Brasil vai totalmente contra a liberdade individual, em que os cidadãos são livres para decidir como querem investir seu tempo e seus recursos.

O serviço militar obrigatório já é uma coisa ultrapassada. Outro imposto disfarçado, altíssimo, que o governo cobra dos cidadãos em torno de 18 anos, sob a forma de um ano de trabalho, praticamente de graça. Em muitos casos o cidadão não queria fazer aquilo. Preferia estar melhor fazendo ou trabalhando em outra coisa, estudando ou, simplesmente, não fazendo nada. É uma violação da liberdade individual por parte do governo, que acha que tem o direito de (e tem o monopólio do uso da força para) obrigar os cidadãos a fazerem aquilo.

Já há muitos anos o serviço militar, no Brasil, não tem demanda suficiente para o número de jovens em idade recrutável. Os ricos nunca serviram porque sempre tinham um amigo da família que os eximia. O sacrifício era só para os mais pobres e menos conectados.

Da mesma forma que a educação universitária "gratuita" - que de gratuita não tem nada, pois é paga pelos impostos dos pobres, que lá só entram para ser faxineiros ou auxiliares de escritório -, o serviço militar obrigatório é outra forma de taxação regressiva contra os pobres.

Os militares argumentam que os pobres querem prestar o serviço militar. Acredito que alguns queiram e, se assim for, aceitemo-los nas Forças Armadas, porque eles querem. Mas por que forçar todos os pobres a isso? Há pobres que preferem ganhar a vida de maneira diferente de ser soldado, ou até de maneira mais digna. Quem fez serviço militar sabe que é um período de indignidades autoritariamente cometidas contra pessoas que, quase sempre, ali estão contra a vontade. Viola o princípio mais elementar do liberalismo clássico, o de que as relações devem ser voluntárias, e não coercitivas.

Pois bem, não capazes de recrutar todos os jovens - porque, felizmente, não temos guerra -, aí vem a proposta de obrigar os jovens a prestar um serviço civil.

Mas prestá-lo em nome de quê? O governo alega que é socialmente justo. Entendo que, de fato, há muitas coisas justas que jovens, adultos e velhos devem fazer, desde que queiram fazê-las, da maneira que preferirem, e não por obrigação ditada por burocratas ou políticos.

O ministro Mangabeira Unger quer que todos os jovens sejam obrigados a fazer esse serviço porque, na cabeça dele, isso é bom. Diz o ditado: cabeça oca, oficina do diabo. E acho que a expressão se aplica perfeitamente ao caso.

As pessoas devem fazer o que querem, e não uma série de coisas que burocratas e políticos simplesmente determinaram que elas devem fazer.

O serviço civil obrigatório é uma versão liberal-fascista da Revolução Cultural de Mao Tsé-tung: precisamos pegar todos os ideologicamente distorcidos e enviá-los ao campo e às áreas mais pobres do País para serem obrigatoriamente reeducados e preparados para a cidadania que nós, burocratas, achamos que eles devem ter (e para serem castigados por terem tido uma vida boa que suas famílias - por herança ou por trabalho duro - lhes propiciaram).

O fascismo liberal e o autoritarismo socialista vivem se encontrando, secretamente, nas esquinas da história para combinar como punir cidadãos com mais impostos, mais obrigações, mais proibições em nome de supostas virtudes coletivas que todos deveríamos ter.

É escoteiro quem quer. E quem é tem de fazer uma boa ação por dia. Compromisso voluntário assumido ao entrar para o escotismo. Se não gostar, sai. E a anedota de escoteiros cabe aqui para explicar como pode funcionar a obrigação da cota de boas ações. A patrulha de oito escoteiros contou ao chefe que já tinha feito a boa ação do dia: todos eles tinham ajudado uma velhinha a atravessar a rua. Ao que o chefe perguntou: "Mas oito escoteiros para ajudar uma velhinha a atravessar a rua?" Resposta: "Bem, chefe, é que ela não queria atravessar..."

O fascismo liberal que está por trás do ora proposto serviço obrigatório é parecido com a anedota: vamos forçar os jovens brasileiros a fazer o bem, mas fazer o bem que nós, burocratas, achamos que é correto, nos lugares em que nós achamos que deve ser prestado, da maneira que nós acreditamos que os necessitados precisam e na hora em que nós decidimos. Tampouco importa se é isso que os pobres querem.

O governo vai obrigar os prestadores do serviço civil obrigatório a fazer o que eles não necessariamente querem e vai obrigar os pobres a aceitarem um serviço no qual eles podem não estar interessados.

É por isso que tenho medo de autoridades bem-intencionadas, sobretudo quando em grandes grupos. Vestem suas propostas com belas roupas de patriotismo, segurança nacional, obrigação social e cidadania. Só conseguem criar políticas obrigatórias, inúteis, aplicadas coercitivamente, tanto para quem dá quanto para quem recebe. Essas políticas sempre custam dinheiro tirado da população (e agora, tempo precioso de jovens), desperdiçado em idéias de inúteis de çábios idem.

Alexandre Barros, Ph.D. em Ciência Política (University of Chicago), é pró-reitor do Centro Universitário Unieuro (Brasília) E-mail: alex@eaw.com.br

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081031/not_imp269962,0.php

Esse texto está realmente muito bom!

Até mais,
Vítor

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Última Semana

Olá a todos!

Pre-scriptum: Não revisarei esse texto. Creio que, assim, ele ficará mais sincero e menos artificial. Portanto, perdoem eventuais erros.

Esta semana, sobretudo hoje, foi marcada pelas "comemorações" do "fim das aulas" do Terceiro Ano do Colégio Bandeirantes. Querendo ou não, o Band acabou!

Estes últimos dias foram marcados por excelentes lembranças e muito choro, afinal termina mais uma etapa de nossas vidas. Creio que esse término seja muito semelhante a um parto:

Ele é extremamente doloroso para todos, professores (que são obrigados a verem seus queridos alunos, simplesmente, continuarem seus caminhos rumo a um futuro incerto e desprotegido) e alunos (que são catapultados para um mundo completamente desconhecido e temível, sendo forçados a cortarem seus laços com os velhos tijolinhos do Bandeirantes). Contudo, um parto não é feito apenas de dor. Ele propicia experiências totalmente novas. O cordão umbilical, laço fisiológico, é sim rompido, mas surgem, nesse novo mundo, novas experiências, que, sem dúvida, são necessárias e que nos trarão grandes felicidades.

Mas, nesse fantástico mundo, não estaremos sozinhos! Levaremos conosco tudo que aprendemos e conquistamos nos anos de Bandeirantes! É sim verdade que aprendemos muito academicamente, mas, com certeza, nosso amadurecimento foi muito maior. Foi, no Colégio Bandeirantes, que aprendemos a acreditar que o esforço recompensa. Que o trabalho é valoroso. Que para sobreviver é necessário auxílio mútuo, sim. Em suma, os tijolinhos do Band são feitos de matéria muito mais durável e resistente que o barro. Eles são feitos de caráter! E é isso que cada uma das pessoas que compõe o Band, alunos, professores e funcionários, carrega consigo. Aqueles que, nesse colégio, viveram (sim, porque nós vivemos o terceiro ano lá) são, sem dúvida, homens de verdade. Gente que sabe mais do que matemática e português. Gente que sabe o quanto vale um sorriso na hora da díficil. Gente que sabe o que é chegar as 18h30 com professor falando, mas todos lá, juntos, se ajudando.

Portanto, caros amigos, ad augusta per aspera. Ao triunfo, apesar das dificuldades. Por que digo isso? Porque é um desejo sincero para todos aqueles que, juntos, sobreviveram aos rigores do terceiro ano e que, juntos, vão entrar na faculdade e, juntos, serão conquistarão o mundo e tudo com o que sonharam.

Para terminar quero agradecer a todos que, de uma forma ou de outra, contribuíram para chegarmos até este final e até este começo.

Mas, claro, quero agradecer especialmente àqueles que sempre estiveram comigo e que me ensinaram a viver. Estas pessoas, com certeza, sabem quem são e gostaria de dizer que vocês foram esseciais a mim, pois, foi com vocês, que cresci e me tornei quem sou hoje. E é com vocês que pretendo continuar meu caminho.

Até mais!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Paul Krugman

Olá a todos!

Nesta semana, foi divulgado o Prêmio Nobel de Economia do ano de 2008. O laureado foi Paul Krugman, professor da Universidade de Princeton e forte crítico da política econômica do governo Bush.

Sugiro links de dois artigos muito interessantes que ele escreveu:

Espero que gostem.

Até mais,

Vítor!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Constituição Federal de 1988

Olá, caros leitores!

No dia cinco de outubro de 1988, há vinte anos, foi promulgada nossa última Constituição, que ficou conhecida como Cidadã. Para comemorar essa data, publico dois vídeos: o primeiro relembra os tristes anos de chumbo e o segundo é exemplo da esperança nacional por um futuro mais justo e democrático.





Também para comemorar tão importante fato de nossa história recente, divulgo o link para o discurso, na íntegra, de Ulysses Guimarães, presidente da Assembléia Nacional Constituinte, em virtude da promulgação da Carta. Eu realmente recomendo a leitura, pois há vários trechos verdadeiramente bonitos.

Além dessas três indicações, sugiro, caros leitores, que leiam os Títulos I e II da Constituição Federal, afinal neles estão expressos os Princípios Fundamentais de nossa República e os Direitos e Garantias Fundamentais dos cidadãos.

Claro que, hoje, se refletirmos, concluiremos, invariavelmente, que muito daquilo que está expresso na Carta Magna não se cumpre de fato, permanecendo no campo das idéias e boas intenções. Será isso um fator de tristeza? Sim, é óbvio que é, mas não pode ser, de maneira alguma, um gerador de melancolia, depressão, conformismo e inércia.

Esse desrespeito a diversos direitos deve ser o pai da ação, aquilo que motiva os homens a tomarem atitudes que visem à tornar esse país uma verdadeira democracia, no sentido mais amplo da palavra. Essa é tarefa da minha geração! Nós herdamos de nossos pais o Estado de Direito no qual crescemos, mas ele é insuficiente! Nós devemos agir para que ele exista a todos sem distinção de qualquer espécie!

É com esse apelo patriótico e sobretudo moral que termino minha postagem.

Até mais vinte anos de democracia, caros jovens defensores da liberdade!

Vítor Augusto Possebom

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Olá a todos!


The Universal Declaration of Human Rights from Seth Brau on Vimeo.

Encontrei esse excelente vídeo em um dos blogs que eu indico, portanto, aqui está o link da postagem original: http://modeleiro.blogspot.com/2008/10/universal-declaration-of-human-rights.html

Um outro vídeo muito bom que assisti recentemente é este: http://www.whoshalllive.com/video.html . Ele me foi indicado por meu amigo Reuben.

Espero que esses dois filmes façam os leitores refletirem sobre respeito e dignidade para com todos no planeta.

Até mais! E até um mundo mais pacífico e livre.

PS: Essa postagem foi feita pelo Vítor de sempre e não pelo Vítor Médici, que fez a última postagem.