terça-feira, 23 de setembro de 2008

A Esfinge do Vestibular

Olá a todos!

Publico uma redação que fiz sobre o vestibular:


A Esfinge do vestibular


Todo ano, milhares de jovens encaram a esfinge do vestibular. Os Édipos brasileiros ouvem, angustiados, o desafio da fera: “Qual carreira preencherás na ficha? Dize ou devoro-te!” Tamanha inquietação é decorrente de essa escolha definir, quase categoricamente, todo o futuro de adolescentes que, em sua maioria, não apresentam a maturidade imprescindível para tomá-la.


Essa falta de preparo psicológico faz com que o jovem fique ainda mais frágil diante das diversas pressões que enfrenta. Para ele, já é naturalmente desestabilizador ver-se face a face com o papel que definirá seu próprio futuro. No entanto, muitos daqueles que convivem com ele não percebem essa angústia e o pressionam a escolher rapidamente. São os pais que querem que ele siga uma profissão de prestígio ou que honre a tradição familiar de fabricar doutores. São os professores que exigem sua aprovação não só em uma boa universidade, mas também em uma carreira concorrida, para poderem dizer: “Aprovamos mais um!”. Dessa forma, o adolescente encontra-se diante de forças que, para ele, são superiores e pode, por não ter a maturidade para enfrentá-las, ceder e escolher aquilo que sonham para ele e não o que ele sonha.


Contudo, é possível que o jovem seja capaz de impor sua vontade e autodeterminar seu futuro. Para realizar essa tarefa hercúlea, é imprescindível ter maturidade para realizar seus três trabalhos. O primeiro deles é perceber que o único que deve escolher seu próprio futuro é ele mesmo e que, portanto, a opinião de pais e professores, apesar de dever ser levada em consideração, não pode ser, de maneira alguma, decisiva. O segundo é buscar informações sobre todas as carreiras que julgar interessantes, das mais tradicionais às mais inovadoras ou raras. O terceiro é autoconhecer-se, procurar entender seus gostos e receios, suas afinidades e repulsas, em suma, sua personalidade. Apenas com esses trabalhos completos, o jovem alcançará a autonomia idealizada por Aristóteles e será, de acordo com esse sábio, um agente livre que escolhe sua carreira futura por si e para si.


Dessa forma, nota-se que o jovem, na hora de escolher a profissão, sofre diversas pressões e angustia-se. No entanto, ele poder ser capaz de escolher por si só desde que tenha a maturidade necessária. Ou seja, somente tendo o prepara psicológico requerido, o adolescente é capaz de ter autonomia suficiente para agir livre de forças externas e autodeterminar-se.





Até mais,

Vítor Augusto Possebom.


PS: Aceito que esse texto me trouxe uma grande alegria!


Um comentário:

Vítor disse...

Sim, eu usei de meus poderes absolutos sobre esse blog para apagar um comentário.

Justificativa de meu ato autoritário (afinal, isso precisa, ao menos, parecer um democracia relativa):

- Assim, é muito fácil falar as coisas quando se está seguro pelo anonimato. Portanto, caso queria defender algo, aceite as conseqüências de seus atos. Também sugiro que você se lembre de que ter liberdade de expressão exige responsabilidade.

- Não admito, de maneira alguma, qualquer tipo de ofensa contra qualquer pessoa.

- Se não consegue aceitar as vitórias e alegrias dos outros, sinto lhe dizer, mas sua vida será, provavelmente, muito infeliz.

- O que eu faço ou deixo de fazer da minha vida é apenas da minha jurisdição e não interessa a mais ninguém. Além disso, o conceito de “curtir a vida” pode variar de pessoa para pessoa.

- Só para encerrar: quem disse que eu estudo só para passar no vestibular?