segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Feliz Natal

Olá a todos!!!

Eu gostaria de desejar a todos os meus leitores (se é que eles existem) um feliz natal!!!

Como não quero escrever só uma linh de postagem, sugiro a leitura de um curioso artigo e de uma interessante reportagem, ambos da Newsweek.

Eu também lhes sugiro um vídeo do Obama (eu mesmo não esperava gostar tanto desse discurso!).



Até mais!
Vítor

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

SiEM 2009

Olá a todos!

Eu até pensei em acrescentar esse vídeo na última postagem, mas ele merecia uma postagem única só para ele.

Como disseram, "O filme de divulgação mais divertido de todos!!"



Então, gostaram do filme? (Isso nem é uma pergunta retórica...)

Até mais,
Vítor!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Tirando as teias de aranhas

Olá a todos!

(Se é que alguém ainda entra aqui depois de tanto tempo sem postagens... sabem como é, né? Época de vestibulares e quero estar na faculdade ano que vem.)

Se alguém ainda tem esperanças de um post longo, eu não gostaria de enganá-lo. Ele será curto. Mas nem por isso deixará de ser legal!

Eu só queria dizer que foram divulgados os comitês de uma das melhores simulações da Modelândia nacional: a SiEM. (Para mais detalhes, clique na palavra SiEM ali atrás...). E, para alegrar as pessoas, o vídeo de divulgação da SiEM 2009: http://www.youtube.com/watch?v=t2N-X1ZsM


Até uma época com menos coisas para serem feitas!
Vítor.

PS: Acrescentei o blog da SiEM na lista de recomendações, pois, dessa forma, fica mais fácil para todos que acompanham essa página irem para uma bem mais legal!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

"O serviço civil obrigatório"

Olá a todos!

Há algum tempo, eu queria exercer meu direito de liberdade de expressão e criticar o serviço militar obrigatório. Contudo, não encontrei tempo para elaborar minhas idéias e escrever sobre esse assunto. (Sim, eu não encontrei tempo, afinal, diferente do que acha a junta militar, eu não fico gastando minhas manhãs dormindo, mas sim estudando!) Entretanto, não preciso mais ficar caçando umas horinhas a mais para me dedicar a essa tarefa, pois, hoje (sexta-feira, 31 de outubro de 2008), foi publicado no jornal O Estado de São Paulo, na página A2, o seguinte texto de ALEXANDRE BARROS:

O serviço civil obrigatório

Alexandre Barros

O ministro dos Assuntos Estratégicos resolveu ir contra a história. Quer obrigar os jovens brasileiros a fazer serviços que eles podem querer ou não querer fazer. A palavra-chave é obrigar. Em vez de pensar em infra-estrutura e desenvolvimento, está pensando em como criar mais uma obrigação (que nada mais é do que um imposto disfarçado, a ser pago sob a forma de trabalho).

É a versão governamental autoritária da fábula do lobo e do cordeiro: não importa que você esteja bebendo a água rio abaixo de mim, porque você está sujando a minha água; e mesmo que você não esteja, seu pai sujou e eu vou devorá-lo de qualquer maneira.

A proposta de criar um serviço civil obrigatório no Brasil vai totalmente contra a liberdade individual, em que os cidadãos são livres para decidir como querem investir seu tempo e seus recursos.

O serviço militar obrigatório já é uma coisa ultrapassada. Outro imposto disfarçado, altíssimo, que o governo cobra dos cidadãos em torno de 18 anos, sob a forma de um ano de trabalho, praticamente de graça. Em muitos casos o cidadão não queria fazer aquilo. Preferia estar melhor fazendo ou trabalhando em outra coisa, estudando ou, simplesmente, não fazendo nada. É uma violação da liberdade individual por parte do governo, que acha que tem o direito de (e tem o monopólio do uso da força para) obrigar os cidadãos a fazerem aquilo.

Já há muitos anos o serviço militar, no Brasil, não tem demanda suficiente para o número de jovens em idade recrutável. Os ricos nunca serviram porque sempre tinham um amigo da família que os eximia. O sacrifício era só para os mais pobres e menos conectados.

Da mesma forma que a educação universitária "gratuita" - que de gratuita não tem nada, pois é paga pelos impostos dos pobres, que lá só entram para ser faxineiros ou auxiliares de escritório -, o serviço militar obrigatório é outra forma de taxação regressiva contra os pobres.

Os militares argumentam que os pobres querem prestar o serviço militar. Acredito que alguns queiram e, se assim for, aceitemo-los nas Forças Armadas, porque eles querem. Mas por que forçar todos os pobres a isso? Há pobres que preferem ganhar a vida de maneira diferente de ser soldado, ou até de maneira mais digna. Quem fez serviço militar sabe que é um período de indignidades autoritariamente cometidas contra pessoas que, quase sempre, ali estão contra a vontade. Viola o princípio mais elementar do liberalismo clássico, o de que as relações devem ser voluntárias, e não coercitivas.

Pois bem, não capazes de recrutar todos os jovens - porque, felizmente, não temos guerra -, aí vem a proposta de obrigar os jovens a prestar um serviço civil.

Mas prestá-lo em nome de quê? O governo alega que é socialmente justo. Entendo que, de fato, há muitas coisas justas que jovens, adultos e velhos devem fazer, desde que queiram fazê-las, da maneira que preferirem, e não por obrigação ditada por burocratas ou políticos.

O ministro Mangabeira Unger quer que todos os jovens sejam obrigados a fazer esse serviço porque, na cabeça dele, isso é bom. Diz o ditado: cabeça oca, oficina do diabo. E acho que a expressão se aplica perfeitamente ao caso.

As pessoas devem fazer o que querem, e não uma série de coisas que burocratas e políticos simplesmente determinaram que elas devem fazer.

O serviço civil obrigatório é uma versão liberal-fascista da Revolução Cultural de Mao Tsé-tung: precisamos pegar todos os ideologicamente distorcidos e enviá-los ao campo e às áreas mais pobres do País para serem obrigatoriamente reeducados e preparados para a cidadania que nós, burocratas, achamos que eles devem ter (e para serem castigados por terem tido uma vida boa que suas famílias - por herança ou por trabalho duro - lhes propiciaram).

O fascismo liberal e o autoritarismo socialista vivem se encontrando, secretamente, nas esquinas da história para combinar como punir cidadãos com mais impostos, mais obrigações, mais proibições em nome de supostas virtudes coletivas que todos deveríamos ter.

É escoteiro quem quer. E quem é tem de fazer uma boa ação por dia. Compromisso voluntário assumido ao entrar para o escotismo. Se não gostar, sai. E a anedota de escoteiros cabe aqui para explicar como pode funcionar a obrigação da cota de boas ações. A patrulha de oito escoteiros contou ao chefe que já tinha feito a boa ação do dia: todos eles tinham ajudado uma velhinha a atravessar a rua. Ao que o chefe perguntou: "Mas oito escoteiros para ajudar uma velhinha a atravessar a rua?" Resposta: "Bem, chefe, é que ela não queria atravessar..."

O fascismo liberal que está por trás do ora proposto serviço obrigatório é parecido com a anedota: vamos forçar os jovens brasileiros a fazer o bem, mas fazer o bem que nós, burocratas, achamos que é correto, nos lugares em que nós achamos que deve ser prestado, da maneira que nós acreditamos que os necessitados precisam e na hora em que nós decidimos. Tampouco importa se é isso que os pobres querem.

O governo vai obrigar os prestadores do serviço civil obrigatório a fazer o que eles não necessariamente querem e vai obrigar os pobres a aceitarem um serviço no qual eles podem não estar interessados.

É por isso que tenho medo de autoridades bem-intencionadas, sobretudo quando em grandes grupos. Vestem suas propostas com belas roupas de patriotismo, segurança nacional, obrigação social e cidadania. Só conseguem criar políticas obrigatórias, inúteis, aplicadas coercitivamente, tanto para quem dá quanto para quem recebe. Essas políticas sempre custam dinheiro tirado da população (e agora, tempo precioso de jovens), desperdiçado em idéias de inúteis de çábios idem.

Alexandre Barros, Ph.D. em Ciência Política (University of Chicago), é pró-reitor do Centro Universitário Unieuro (Brasília) E-mail: alex@eaw.com.br

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081031/not_imp269962,0.php

Esse texto está realmente muito bom!

Até mais,
Vítor

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Última Semana

Olá a todos!

Pre-scriptum: Não revisarei esse texto. Creio que, assim, ele ficará mais sincero e menos artificial. Portanto, perdoem eventuais erros.

Esta semana, sobretudo hoje, foi marcada pelas "comemorações" do "fim das aulas" do Terceiro Ano do Colégio Bandeirantes. Querendo ou não, o Band acabou!

Estes últimos dias foram marcados por excelentes lembranças e muito choro, afinal termina mais uma etapa de nossas vidas. Creio que esse término seja muito semelhante a um parto:

Ele é extremamente doloroso para todos, professores (que são obrigados a verem seus queridos alunos, simplesmente, continuarem seus caminhos rumo a um futuro incerto e desprotegido) e alunos (que são catapultados para um mundo completamente desconhecido e temível, sendo forçados a cortarem seus laços com os velhos tijolinhos do Bandeirantes). Contudo, um parto não é feito apenas de dor. Ele propicia experiências totalmente novas. O cordão umbilical, laço fisiológico, é sim rompido, mas surgem, nesse novo mundo, novas experiências, que, sem dúvida, são necessárias e que nos trarão grandes felicidades.

Mas, nesse fantástico mundo, não estaremos sozinhos! Levaremos conosco tudo que aprendemos e conquistamos nos anos de Bandeirantes! É sim verdade que aprendemos muito academicamente, mas, com certeza, nosso amadurecimento foi muito maior. Foi, no Colégio Bandeirantes, que aprendemos a acreditar que o esforço recompensa. Que o trabalho é valoroso. Que para sobreviver é necessário auxílio mútuo, sim. Em suma, os tijolinhos do Band são feitos de matéria muito mais durável e resistente que o barro. Eles são feitos de caráter! E é isso que cada uma das pessoas que compõe o Band, alunos, professores e funcionários, carrega consigo. Aqueles que, nesse colégio, viveram (sim, porque nós vivemos o terceiro ano lá) são, sem dúvida, homens de verdade. Gente que sabe mais do que matemática e português. Gente que sabe o quanto vale um sorriso na hora da díficil. Gente que sabe o que é chegar as 18h30 com professor falando, mas todos lá, juntos, se ajudando.

Portanto, caros amigos, ad augusta per aspera. Ao triunfo, apesar das dificuldades. Por que digo isso? Porque é um desejo sincero para todos aqueles que, juntos, sobreviveram aos rigores do terceiro ano e que, juntos, vão entrar na faculdade e, juntos, serão conquistarão o mundo e tudo com o que sonharam.

Para terminar quero agradecer a todos que, de uma forma ou de outra, contribuíram para chegarmos até este final e até este começo.

Mas, claro, quero agradecer especialmente àqueles que sempre estiveram comigo e que me ensinaram a viver. Estas pessoas, com certeza, sabem quem são e gostaria de dizer que vocês foram esseciais a mim, pois, foi com vocês, que cresci e me tornei quem sou hoje. E é com vocês que pretendo continuar meu caminho.

Até mais!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Paul Krugman

Olá a todos!

Nesta semana, foi divulgado o Prêmio Nobel de Economia do ano de 2008. O laureado foi Paul Krugman, professor da Universidade de Princeton e forte crítico da política econômica do governo Bush.

Sugiro links de dois artigos muito interessantes que ele escreveu:

Espero que gostem.

Até mais,

Vítor!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Constituição Federal de 1988

Olá, caros leitores!

No dia cinco de outubro de 1988, há vinte anos, foi promulgada nossa última Constituição, que ficou conhecida como Cidadã. Para comemorar essa data, publico dois vídeos: o primeiro relembra os tristes anos de chumbo e o segundo é exemplo da esperança nacional por um futuro mais justo e democrático.





Também para comemorar tão importante fato de nossa história recente, divulgo o link para o discurso, na íntegra, de Ulysses Guimarães, presidente da Assembléia Nacional Constituinte, em virtude da promulgação da Carta. Eu realmente recomendo a leitura, pois há vários trechos verdadeiramente bonitos.

Além dessas três indicações, sugiro, caros leitores, que leiam os Títulos I e II da Constituição Federal, afinal neles estão expressos os Princípios Fundamentais de nossa República e os Direitos e Garantias Fundamentais dos cidadãos.

Claro que, hoje, se refletirmos, concluiremos, invariavelmente, que muito daquilo que está expresso na Carta Magna não se cumpre de fato, permanecendo no campo das idéias e boas intenções. Será isso um fator de tristeza? Sim, é óbvio que é, mas não pode ser, de maneira alguma, um gerador de melancolia, depressão, conformismo e inércia.

Esse desrespeito a diversos direitos deve ser o pai da ação, aquilo que motiva os homens a tomarem atitudes que visem à tornar esse país uma verdadeira democracia, no sentido mais amplo da palavra. Essa é tarefa da minha geração! Nós herdamos de nossos pais o Estado de Direito no qual crescemos, mas ele é insuficiente! Nós devemos agir para que ele exista a todos sem distinção de qualquer espécie!

É com esse apelo patriótico e sobretudo moral que termino minha postagem.

Até mais vinte anos de democracia, caros jovens defensores da liberdade!

Vítor Augusto Possebom

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Olá a todos!


The Universal Declaration of Human Rights from Seth Brau on Vimeo.

Encontrei esse excelente vídeo em um dos blogs que eu indico, portanto, aqui está o link da postagem original: http://modeleiro.blogspot.com/2008/10/universal-declaration-of-human-rights.html

Um outro vídeo muito bom que assisti recentemente é este: http://www.whoshalllive.com/video.html . Ele me foi indicado por meu amigo Reuben.

Espero que esses dois filmes façam os leitores refletirem sobre respeito e dignidade para com todos no planeta.

Até mais! E até um mundo mais pacífico e livre.

PS: Essa postagem foi feita pelo Vítor de sempre e não pelo Vítor Médici, que fez a última postagem.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Ato Institucional nº 1

O dono do blog, Vítor,

relembrando recentes problemas na postagem A Esfinge do Vestibular,

visando ao respeito à integrida moral de todas as pessoas,

combatendo palavras caluniosas, difamatórias ou infames dirigidas contra qualquer pessoa,

1. outorga poderes de moderação a si mesmo, tendo o dono do blog, a partir da data de hoje (30/09/08), autoridade para analisar previamente os comentários dos leitores e autorizá-los apenas caso se adequem a certas regras da boa educação;

2. compromete-se com a liberdade de expressão dos leitores desde que estes não ofendam a honra de ninguém;

3. afirma que, com essas medidas, apenas pretende garantir a manutenção de um ambiente saudável e honesto o blog.

4. declara que só se utilizará desses poderes excepecionais caso seja estritamente necessário.

Signatários: Vítor (o dono do blog e, portanto, detentor do poder de veto e da capacidade de ser, sozinho, maioria absoluta)

PS: Caros leitores, entristeço-me em tomar medidas absolutistas tão contra meus princípios democráticos. No entanto, elas, infelizmente, se fizeram necessárias.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A Esfinge do Vestibular

Olá a todos!

Publico uma redação que fiz sobre o vestibular:


A Esfinge do vestibular


Todo ano, milhares de jovens encaram a esfinge do vestibular. Os Édipos brasileiros ouvem, angustiados, o desafio da fera: “Qual carreira preencherás na ficha? Dize ou devoro-te!” Tamanha inquietação é decorrente de essa escolha definir, quase categoricamente, todo o futuro de adolescentes que, em sua maioria, não apresentam a maturidade imprescindível para tomá-la.


Essa falta de preparo psicológico faz com que o jovem fique ainda mais frágil diante das diversas pressões que enfrenta. Para ele, já é naturalmente desestabilizador ver-se face a face com o papel que definirá seu próprio futuro. No entanto, muitos daqueles que convivem com ele não percebem essa angústia e o pressionam a escolher rapidamente. São os pais que querem que ele siga uma profissão de prestígio ou que honre a tradição familiar de fabricar doutores. São os professores que exigem sua aprovação não só em uma boa universidade, mas também em uma carreira concorrida, para poderem dizer: “Aprovamos mais um!”. Dessa forma, o adolescente encontra-se diante de forças que, para ele, são superiores e pode, por não ter a maturidade para enfrentá-las, ceder e escolher aquilo que sonham para ele e não o que ele sonha.


Contudo, é possível que o jovem seja capaz de impor sua vontade e autodeterminar seu futuro. Para realizar essa tarefa hercúlea, é imprescindível ter maturidade para realizar seus três trabalhos. O primeiro deles é perceber que o único que deve escolher seu próprio futuro é ele mesmo e que, portanto, a opinião de pais e professores, apesar de dever ser levada em consideração, não pode ser, de maneira alguma, decisiva. O segundo é buscar informações sobre todas as carreiras que julgar interessantes, das mais tradicionais às mais inovadoras ou raras. O terceiro é autoconhecer-se, procurar entender seus gostos e receios, suas afinidades e repulsas, em suma, sua personalidade. Apenas com esses trabalhos completos, o jovem alcançará a autonomia idealizada por Aristóteles e será, de acordo com esse sábio, um agente livre que escolhe sua carreira futura por si e para si.


Dessa forma, nota-se que o jovem, na hora de escolher a profissão, sofre diversas pressões e angustia-se. No entanto, ele poder ser capaz de escolher por si só desde que tenha a maturidade necessária. Ou seja, somente tendo o prepara psicológico requerido, o adolescente é capaz de ter autonomia suficiente para agir livre de forças externas e autodeterminar-se.





Até mais,

Vítor Augusto Possebom.


PS: Aceito que esse texto me trouxe uma grande alegria!


terça-feira, 16 de setembro de 2008

Um pouco de humor inteligente

Olá a todos!
Esse vídeo é bastante engraçado, mesmo! O não recomendado para menores de 14 anos é devido aos severos "erros" de português citados. Se bem, que, provavelmente, todo mundo comete alguns deles.



Até mais!
Vítor

PS1: Inaugurei uma nova categoria de marcadores, denominada HUMOR.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa

Olá, caros leitores.

Publico uma redação de minha autoria sobre o acordo de Língua Portuguesa.


Língua, uma marionete?

O Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa aspira à unificação das grafias empregadas em sete países lusófonos, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Os cruzados dessa empreitada alegam que ela facilitaria a comunicação entre os diversos falantes da Língua. Contudo, esse tresloucado projeto apenas obriga os lusófonos a reaprenderem a escrita correta dos vocábulos portugueses.


O famigerado acordo modifica detalhes lingüísticos como o hífen, o trema, a acentuação, o alfabeto e a grafia de algumas palavras. É veraz que essas minúcias da Gramática Portuguesa sempre foram complicadas e que muitas pessoas não as dominavam ou sequer as conheciam. Contudo, essa concórdia ortográfica não simplificou nem tornou mais práticas as regras da Língua, ou seja, não facilitou o aprendizado das gerações vindouras, mas sim dificultou o cotidiano dos já alfabetizados, uma vez que estes serão obrigados a reaprender a escrever, seguindo regras tão ou mais complicadas que as anteriores. Uma ilustração magnífica para esse aumento de complexidade é o acento agudo. Antes, o “i” e o “u” quando representavam a segunda vogal tônica de um hiato eram acentuados, como em “saúva” e “feiúra”. Com esse acordo, o “i” e “u” quando componentes de um hiato, tônicos e paroxítonos, apenas caso não sejam precedidos de ditongo, levam acento, isto é, “saúva” continua acentuada, porém “feiúra” perde o acento, sendo grafada como “feiura”. Portanto, são essas inovadoras regras mais fáceis ou lógicas que as anteriores?


Além dessa total falta de pragmatismo, a que, teoricamente, os idealizadores desse projeto visavam, o Acordo tenta domar algo arredio por essência. A Língua não pode ser controlada por burocratas, que, ao imporem essa concórdia ilógica, crêem, cegamente, que podem manipulá-la da mesma forma que um ventríloquo manipula sua marionete. Essa tentativa vã de controle autoritário é impossível, pois a Língua pertence unicamente ao povo e esse não mudará, sem sofrimento intelectual, seus hábitos e tradições gráficas, arraigadas por séculos de excelente literatura, apenas porque um grupelho de doutos quis atentar contra a nobre grafia portuguesa. Se Luís Vaz de Camões e Fernando Pessoa escreveram óptimos épicos, por que os portugueses abandonariam ao limbo as consoantes mudas? Se as idéias de Joaquim Maria Machado de Assis e João Guimarães Rosa foram brilhantes, por que os brasileiros condenariam ao ostracismo os acentos?


Dessa forma, percebe-se que o Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa não auxilia ninguém, apenas impõe, autoritariamente, aos falantes da Língua uma nova e artificial grafia. Resta saber se os lusófonos acatarão ousadia tão malévola perante a Língua de Camões.





Até mais!

Vítor


quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Argumentum ad hominem

Olá, caros leitores!

Nesta postagem, publicarei uma reportagem que explica detalhademente um tipo de argumentação, intitulada argumentum ad hominem. Esta matéria foi publicada nas páginas 36 e 37 da revista Língua Portuguesa, ano III, nº 34, agosto de 2008.

Segue abaixo a íntegra da mui interessante reportagem:

Alvos da desqualificação

Debate em torno de uso de células-tronco em pesquisas deu margem a falácia que desqualifica o oponente, não necessariamente seu discurso


José Luiz Fiorin


Cláudio Fonteles, autor da ação de inconstitucionalidade da lei que regula a utilização de células-tronco embrionárias na pesquisa, questionado sobre o conflito de interesses de seu engajamento cristão com o mérito da ação, rebateu, dizendo:


"A doutora Mayana Zatz, que é o principal elemento de quem pensa diferentemente da gente, tem também uma ótica religiosa, na medida em que ela é judia e não nega o fato" (FSP, 21/4/2007).

Nesse caso, quem questionou o procurador, em vez de discutir os argumentos que ele propusera na ação, desqualificou-o, pondo em dúvida suas motivações. Em sua resposta, o procurador, em lugar de responder ao ataque, preferiu pôr em dúvida a credibilidade da pessoa que liderava a corrente contrária a seu ponto de vista, nesse caso, a coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP.


Esse argumento, em que não se discutem os méritos intrínsecos do ponto de vista ou da dúvida do oponente, mas se desqualifica o adversário como interlocutor sério, apresentando-o com alguém incompetente, não confiável ou inconseqüente, recebe o nome latino de argumentum ad hominem (argumento dirigido à pessoa). Essa forma de resposta dirige-se à audiência e não ao oponente. Ela busca silenciá-lo, ao pôr em dúvida sua confiabilidade.


Variantes
Os argumentos ad hominem apresentam três variantes:
a) o ataque pessoal direto;
b) o ataque pessoal indireto;
c) a apresentação de contradições entre posições do oponente ou entre suas palavras e suas ações.


O ataque pessoal direto dirige-se a qualquer aspecto da pessoa do argumentador: seu caráter, sua competência, sua honorabilidade. O que se pretende é atingir a ética do oponente, considerando-o desonesto, não íntegro, não digno de confiança. O que se busca é mostrar que alguém incapaz ou insincero não pode sustentar posições corretas ou manifestar dúvidas justificadas. Quando se diz que o adversário é desequilibrado, visa-se indicar que ele não tem capacidade de argumentar racionalmente e, por conseguinte, seu argumento não merece atenção. No ataque pessoal direto, sempre se apresenta uma característica negativa do debatedor.


O ataque pessoal indireto é aquele em que se coloca sob suspeita a imparcialidade do argumentador. Nesse caso, apresenta-se uma característica do oponente, que, em princípio, não seria negativa: filiação política, crença religiosa, etnia, alianças de qualquer natureza. No entanto, ressaltar esse atributo destina-se a mostrar o argumentador como alguém tendencioso, que defende uma pauta oculta, que tem motivações pessoais para lutar em favor de uma dada posição, que pode estar motivado por preconceitos ou por uma visão parcial. Quando se diz que alguém que critica as quotas para negros no ensino superior é branco ou que alguém que recrimina alguma atitude do atual governo é de direita, o que se está fazendo é deixar subentendido que eles têm um motivo oculto para patrocinar uma determinada causa, é questionar sua eqüidade. Uma forma de ataque pessoal indireto é deixar implícito que o outro nada tem a dizer sobre um dado assunto, porque não teve experiência pessoal sobre ele. É o argumento freqüente para rebater os pontos de vista da Igreja Católica sobre sexualidade ou sobre matrimônio: os padres são celibatários.


Posições
A terceira variante consiste em apontar contradições entre a posição atual do oponente e pontos de vista sobre o mesmo tema no passado ou entre suas palavras e suas ações. Essa variante está muito presente no debate político, porque os homens públicos têm o hábito de ter posições divergentes, quando estão no governo ou na oposição. Assim, quando um político acusa o governo de infligir prejuízo à Petrobras, ao segurar os preços dos derivados de petróleo para não alimentar a inflação, pode-se rebater sua posição, expondo que ele advogava esse ponto de vista quando estava no governo.


A lógica considera o argumento ad hominem uma falácia, dado que os atributos do argumentador não fazem suas proposições falsas ou incorretas. No entanto, ele é eficaz na discussão, quando não se tem provas consistentes para sustentar um argumento ou elas são muito fracas. Quando o governo não tem, por exemplo, como defender um ato governamental, reage a um pedido de CPI pela oposição, dizendo que se trata de manobra eleiçoeira. É o argumento ideal diante de perguntas incômodas ou capciosas, porque, nesse caso, questiona-se a pergunta em vez de respondê-la. Suponhamos que um ex-presidente do Banco Central do governo FHC perguntasse a Henrique Meirelles se ele poderia garantir que não haveria aumento dos juros numa próxima reunião do Comitê de Política Monetária. Ele poderia responder que, vinda de um ex-presidente do Banco Central de um período em que os juros chegaram a patamares elevadíssimos, a pergunta carecia de sentido. Foi o que fez o procurador Cláudio Fonteles no exemplo mencionado acima. Esse tipo de argumento é forte, ainda, para replicar um argumento ad hominem usado pelo outro. Quando se diz a um homem que apresenta uma objeção à descriminalização do aborto que só as mulheres têm direito a discutir a questão, pois o homem apresentaria, pela própria condição masculina, uma parcialidade inevitável, pode-se inverter o argumento, dizendo que as mulheres, por ter um interesse pessoal no tema, não seriam as pessoas que poderiam debatê-lo com racionalidade. Por isso, o argumento ad hominem é uma estratégia de discussão que livra o debatedor de rebater um argumento, na maior parte dos casos, procedente. No geral, usa-se esse argumento quando se está acuado num debate, quando não se tem como responder ao oponente.



José Luiz Fiorin é professor do Departamento de Lingüística da USP e organizador, com Margarida Petter, do livro África no Brasil - A Formação da Língua Portuguesa (Contexto)


Muito elucidativo o texto, não?

Até mais,
Vítor!