Vocês, leitores, podem me chamar de Vítor e o único fato que precisam saber sobre mim é que sou um apreciador da literatura e da boa argumentação. Visando à união desses meus interesses, criei o Movimento Parnasiano Argumentativo!
Para entender o título, é necessário, primeiramente saber o que foi o Movimento Parnasiano na Literatura. Acredito, veementemente, que quase todos que cursaram o Ensino Médio saibam o básico sobre essa escola literária. Caso você, caro leitor, nunca tenha visto nada sobre o Parnasianismo, recomendo a leitura do seguinte site: http://educaterra.terra.com.br/literatura/parnasianismo/parnasianismo_1.htm .
Para os que são ocupados de mais para ler um texto teórico tão grande, um resumo do que é mais importante para esse blog:
PRECIOSISMO FORMAL - Os parnasianos prezam muito a forma e o vocabulário erudito, criando textos, freqüentemente, herméticos.
Unindo essa característica com a argumentação, criam-se textos opinativos que apresentam, sempre, um bom vocabulário, uma boa sintaxe e, se possível, figuras de linguagens.
Para ficar mais clara essa explicação, publico a baixo o Manifesto de Inauguração do Movimento:
No gênesis, era apenas um texto argumentativo, que visava a convencer o leitor a adotar uma perspectiva a respeito de um tema. Para tanto, não se fazia necessária uma apurada técnica lingüística, uma vez que bastava ao expositor das idéias descartar descuidadosamente as palavras, formando simplórias construções gramaticais.
Todavia, a última flor do Lácio evoluiu, transformou-se e apurou-se. Para não fazer desfeita a esse desenvolvimento, é necessário, em qualquer mensagem, sobretudo nas que aspiram à divulgação de um ponto de vista, que se trabalhe delicadamente a fina arte da escrita. O autor deve, com sua pena, fazer, com a linguagem, o que Michelângelo concebia no Carrara, uma obra delicadamente grandiosa.
O processo de criação dessas jóias da argumentação deve ser tão íntimo quanto a relação entre a mãe e seu filho. A concepção do texto deve ser carinhosa, o escritor deve mimar sua criança, fornecendo-lhe todas as substâncias fundamentais ao pleno desenvolvimento dos filhos da retórica. Para esta árdua e magnífica tarefa, exige-se que o pai contemple as mil faces secretas das palavras e, com a chave, desvende o mistério sob a face neutra, elegendo, sempre, o vocábulo mais próximo da perfeição. É também de suma importância que o escritor aja com a sintaxe da mesma maneira como o pastor cuida de suas ovelhas, ele deve guiá-la e orientá-la para que siga no caminho da retidão e do entendimento. Além disso, essa infanta, educada na trilha da sabedoria, deve ter suas idéias voando ao lado do Condor.
Dessa forma, com o refino da ourivessaria, é possível dar vida à mais bela águia da dialética, criando escritos de magnitude, que se destacam pela beleza da construção e pela alvura dos pensamentos. Gratia argumentandi, o Parnasianismo Argumentativo flerta com a Vênus da retórica.
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